Ele e Dedé Santana conversaram com jornalistas sobre o programa, que
conta com Lucas Veloso, Bruno Gissoni, Mumuzinho e Gui Santana. Estreia é no
dia 17, no canal Viva, e em setembro, na Globo.
Por Carlos
Brito, G1 Rio
Dedé
Santana, Renato Aragão e a nova formação dos Trapalhões. (Foto: Carlos Brito)
Foi com uma boa dose de apreensão que Renato Aragão
recebeu a notícia de uma nova versão de "Os trapalhões". O receio era
justificado: apesar de já estar fora do ar há muito tempo, o programa ainda
permanece na lembrança de pelo menos três gerações que, durante 18 anos,
acompanharam, sempre ao domingo, às 19h, as aventuras de Didi, Dedé, Mussum e
Zacarias.
O temor chegou ao fim logo nos primeiros dias de
gravação, quando Renato e Dedé Santana começaram a trabalhar com Lucas Veloso,
Bruno Gissoni, Mumuzinho e Gui Santana – ou Didico, Dedeco, Mussa e Zaca. Novos
companheiros de humor e, pelo menos a princípio, maior motivo de preocupação do
principal nome dos trapalhões.
"Para ser bem sincero, quando me falaram que
iriam fazer uma nova versão, fiquei preocupado. Não tanto pelo legado dos
trapalhões – isso ninguém apaga. O que nós fizemos vai permanecer, inclusive no
humor que é feito nos dias de hoje", disse Aragão em evento com
jornalistas nesta terça-feira (11).
"Meu
receio era por esses meninos. Sabia que haveria comparações conosco e isso
poderia ser injusto com eles. Tinha medo que as gerações que cresceram
assistindo 'Os Trapalhões' os rejeitassem. Mas eles se saíram tão bem, que esse
meu medo desapareceu por completo. Tenho certeza de que o público vai
gostar", disse Aragão.
Dirigidos por Fred Mayrink – e com textos escritos
por Péricles Barros e Mauro Wilson – os nove episódios irão ao ar no canal Viva
a partir do dia 17. Em setembro, a produção chegará às tardes da TV Globo.
Os atores da nova versão se encarregaram de deixar claro quais eram as inspirações do elenco. Segundo eles, não há qualquer intenção de tomar os lugares dos originais.
"Nós não queremos substituir ninguém – isso
seria impossível. O que Didi, Dedé, Mussum e Zacarias fizeram na televisão foi
especial demais e não precisa de substituição. Desde o início, o que quisemos
foi prestar uma homenagem aos Trapalhões. Foi essa ideia que me motivou a
participar do projeto. E acredito que chegamos a um resultado muito bom",
avaliou Mumuzinho, que encarna Mussa. Para compor o personagem, ele contou com
ajuda especial.
Dedé
Santana e Renato Aragão no lançamento da nova série. (Foto: Carlos Brito)
"Conversei demais com a família do Mussum. Os
filhos dele me ajudaram muito nesse processo. Além disso, entrava na internet
todas as noites, selecionava as cenas do programa antigos das quais ele
participava e dormia escutando os maneirismos dele. Isso foi fundamental para
eu entrar no tom que ele imprimia", relembrou.
Segundo o diretor, os
diálogos dos novos quadros vão gravitar ao redor dos temas que fizeram o
sucesso dos Trapalhões: amizade, malandragem, problemas financeiros e situações
cotidianas. Por outro lado, a abordagem antes marcada pela incorreção política
será evitada.
"Queremos fazer uma atração para toda a
família, como o programa sempre foi. O que se denomina de 'politicamente
incorreto' de fato aparecia nos Trapalhões, mas de maneira lateral, secundária,
nunca como tema principal. Decidimos nos concentrar nas situações
divertidas", explicou Mayrink. Quando questionado sobre o assunto, Aragão
disse concordar com a resposta do diretor. "Temos que ter respeito pelas
pessoas", resumiu.
Bruno
Gissoni, Lucas Veloso, Gui Santana e Mumuzinho - os novos trapalhões. (Foto:
Carlos Brito)
"Acho que não há necessidade de ofender
ninguém para ser engraçado. Humor sobre minorias e coisas do tipo. Isso fica
muito claro para mim, que interpreto o Zaca. O personagem tem uma certa carga
de inocência. Foi nisso que decidi investir", disse Gui Santana, que
possui um passado ligado a um tipo de comédia mais corrosiva, como o que
costumava apresentar no programa 'Pânico'. "São propostas muito
diferentes. O que eu fazia no 'Pânico' não cabe nos 'Trapalhões'".
Quadros
clássicos de volta
Entre os quadros da nova atração, será possível
acompanhar a volta de alguns clássicos do programa original. Entre eles, uma
reedição da canção "Papai, eu quero me casar", que na primeira versão
era interpretada por Didi e Zacarias, além das reuniões de super-heróis e do
quadro do quartel – agora, o papel do sargento Pincel, antes interpretado por
Roberto Guilherme, ficará nas mãos de Ernani Morais.
"Havia acabado de chegar de viagem quando me
ligaram perguntando se eu queria interpretar o Dedeco. Eu quase não acreditei
que teria a chance de trabalhar com meus heróis de infância", disse Bruno
Gissoni. "Conversamos bastante e expliquei para o Bruno que ele tem aquele
que, talvez, seja a função mais importante: o trapalhão que não é engraçado.
Assim como eu sempre fiz, ele vai preparar a piada para que os outros possam
brilhar. É um papel fundamental", explicou Dedé Santana.
E como Renato Aragão se sentiu ao ver uma versão de
si mesmo na pele de Lucas Veloso? "Impressionado. Conversamos bastante e
ele pegou tudo: o jeito de falar do Didi, os maneirismos, o sotaque. Tudo está
perfeito. Assim como os outros meninos, o Lucas fez um ótimo trabalho".
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